Sobre os fins e os meios – encerrando ciclos.

Por Equipe Festival Camomila

Nem sempre estamos preparados para dizer tchau, fechar uma porta e esperar pacientemente que outra se abra. 

 

Encerrar ciclos é, antes de tudo, admitir para si que uma etapa do seu processo evolutivo acabou e – por sermos seres sociais – isso naturalmente implica em dizer que certas pessoas e costumes podem não mais estarem presentes na nossa nova fase. E dói.

 

O ser humano é um bicho pensante-controlador por natureza. Gosta de prever fenômenos, catástrofes, abundância… Gosta de saber quais os fatores de risco, quanto tempo falta pro pedido chegar a mesa e o que os astros preveem para mais uma semana que se inicia. Isso é nosso, faz parte de nós.

 

Por essas e outras a nossa dificuldade de encerrar ciclos pode também ser proveniente do medo do desconhecido. Como tudo na vida tem começo, meio e fim, encerrar um ciclo precede sempre o início de um outro – e o que é novo, de fato, pode ser apavorante.

 

Dizer adeus – definitivamente – não é tarefa fácil, mas é fundamental que preparemos nossa mente para enfrentar os encerramentos da forma mais verdadeira possível, para que a novidade encontre terreno fértil num coração apaziguado, que espera e confia na própria sintonia com o universo.

 

Encerrar ciclo é lidar com morte e renascimento, é passar pelo luto, pela tristeza, pela raiva, é sentir saudade e rir agradecido. Encerrar um ciclo é aceitar o tempo e sua propriedade etérea que encontra sentido no infinito, é importante viver o fim das coisas e todos os sentimentos que o fim nos causa para que a primavera chegue em breve – porque, assim como o tempo, a primavera sempre chega!

 

Hoje, 12 de setembro de 2020, o Festival Camomila finaliza mais um ciclo edificante e desafiador: a nossa segunda edição, feita integralmente remota. Através do trabalho conjunto de uma equipe iluminada e gentil conseguimos produzir um conteúdo positivo, reflexivo, ativo. 

 

Nesse (quase) um mês de cultura, autoconhecimento e trocas muito enriquecedoras aprendemos empiricamente a enfrentar, com muita parceria e senso de coletividade, adversidades que uma produção remota como essa nos traz e nada disso seria possível sem a qualidade do afeto que recebemos de vocês em todas as atividades.

 

Essa segunda edição serviu para nos mostrar que a chave do sucesso é se permitir recebê-lo. 

 

Obrigada a todos vocês por nos receberem em suas casas.

 

Um novo ciclo há de se iniciar agora.

 

Permita-nos!