Cozinha e autoconhecimento: o alimento e o afeto.

Por Equipe Festival Camomila

Em nossos artigos anteriores – publicados aqui no blog do Festival Camomila – abrimos com carinho um diálogo sobre práticas cotidianas que são ótimas para serem incorporadas a nossa constante busca pelo autoconhecimento. Falamos sobre yoga, meditação, empatia e até sobre a importância da valorização da cultura na formação da nossa identidade – coletiva e individual. 

 

Agora, adentrando mais uma etapa do nosso festival remoto, enveredaremos nosso papo – ainda com muita leveza – para um lugar mais subjetivo, numa tentativa de instigar ainda mais o encontro com a plenitude através dos nossos sentidos: a cozinha, o cozinhar.

 

Preparar uma refeição é um constante revirar dentro de si. Nem todo mundo percebe, mas a forma como a gente se relaciona com a cozinha e como cozinhamos diz muito sobre nós. A ausência dessa relação também fala por cada um.

 

Na lida da cozinha a gente esboça naturalmente quem é. Ansiedade, impaciência, criatividade, destreza, medo, empatia, tudo fica claro. Perto do fogão, dentro dessa atividade tão rotineira, a gente mostra a essência: doçura, dissabor, sal em excesso, destempero ou qualquer condimento que se misture e reforce que nós, humanos, somos um caldo de natureza diversa. Em mim e em você: todos os sabores.

 

Ao se debruçar sobre a feitura de um alimento, mesmo que pelo simples desejo de comer alguma coisa, a gente resgata e reencontra momentos através dos aromas e dos sabores. Os almoços de domingo na casa da avó, viagens, passeios, encontros e, para uma boa parte dos brasileiros, os dias em que a comida era pouca e a fome era muita. Tudo isso, apreendido pelos nossos sentidos, é lembrança, é afeto e é pertencimento. Cozinhar, assim, é relembrar a trajetória, é instigar esse autoconhecimento.

 

Os alimentos são em si fontes de energia, mas a qualidade da refeição depende, também, da vibração que emanamos pro alimento na hora do seu preparo. Há quem não acredite nisso, mas basta exercitar minimamente a lógica: se todos os dias buscamos sintonia com frequências mais brandas, por que ignoramos a mesma postura na hora de escolher como e o que fazer para ingerir?

 

Dentro de uma rotina automatizada onde vários menus estão disponíveis em um aplicativo, é quase impossível notar a importância de se relacionar afetivamente com a cozinha, num ritmo outro, apreciando o momento. Além de tudo, observando também a realidade cultural e econômica do nosso povo, há de se considerar que o direito básico de cuidar assim de si é, inegavelmente, um privilégio… Mas se você tem toda estrutura possível dentro de casa para manipular a energia que vai ingerir, por que então não fazer isso?

 

Separamos aqui alguns links de receitas repletas de afeto feitas pela chef potiguar Irina Cordeiro em seu canal do Youtube para que você também se permita aprender algo novo e reaprender diversas coisas sobre si.

 

Permita-se uma relação de amor com o que você consome.

Permita-se apreciar cada momento do seu dia com afeto.

Permita-se buscar sensorialmente o autoconhecimento.